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sábado, 26 de maio de 2012

Resenha: A Menina Morta-Viva

Título: A menina morta-viva
ISBN: 9788564025134
Autora: Elizabeth Scott
Tradutor: Ronaldo Passarinho
Editora: Editora Underworld
Páginas: 172 páginas

"Era uma vez, eu era uma menininha que desapareceu. Era uma vez, o meu nome não era Alice. Era uma vez, eu não sabia como tinha sorte. Quando Alice tinha dez anos, Ray levou-a de sua família, seus amigos ― a sua vida. Ela aprendeu a desistir de todo o poder, para suportar toda a dor. Ela esperou que o pesadelo acabasse. Alice agora tem quinze e Ray ainda a tem, mas ele fala mais e mais da sua morte. Ele não sabe é o que ela anseia. Ela não sabe que ele tem algo mais assustador do que a morte em mente para ela. Esta é a história de Alice. É uma que você nunca ouviu falar, e que você nunca, jamais esquecerá."

"Era uma vez aquele instante em que o mundo de uma garotinha acabou."

Era uma vez um livro. Era uma vez uma história. Era uma vez Alice.
Quando Alice tinha quase dez anos, ela conheceu Ray. Foi um sequestro rápido, sem gritos. Agora, Alice tem 15 anos e anseia pela morte assim como anseia pelo próximo prato de comida. Ray não a deixa comer. Ele diz que isso a deixa gorda. Alice só come iogurte. Ray, ainda a mantém, ainda a faz sentir dor. Todos a enxergam, mas ninguém a vê de verdade. Alice é quase menina, quase humana, quase viva. Existiu outra Alice antes dela. Ray a matou com quinze anos, quando ela não tinha mais corpo nem peso de criança. Alice espera que aconteça o mesmo a ela. Mas Ray tem outros planos. Mais obscuros. Ele pretende construir uma família. Ele quer que Alice sequestre outra menina. Não outra Alice. Uma Annabel. Ele quer que Alice a ensine tudo. Ele quer que Alice a ensine do que o Ray gosta. Alice está disposta a ajudar. Alice acha que depois que Annabel aprender Ray vai a deixar em paz. Alice acha que vai conseguir fugir. Ela está enganada. Era uma vez seu nome não era Alice.
Quando comecei a leitura desse livro pensava em fazer o mesmo que fiz com Lolita, levar até onde o nojo e a raiva me permitiam. Mas a história de Alice é diferente, apesar de sentir raiva, tristeza, nojo e repugnância foi impossível soltar o livro, seria o mesmo que abandonar uma criança. A única coisa que me faria soltar seria o ultimo ponto final, quando Alice não sentisse mais dor, quando ela enfim estivesse livre. O livro tem uma narrativa rápida, muitas vezes sem virgulas, o que nos faz ler com a urgência que a autora quer que a gente leia. Ele é contado pela Alice e é repleto de flashbacks que nos explicam como ela foi sequestrada e porque ela não foge. Um romance que apesar de nos trazer sentimentos ruins é belo e inesquecível a sua própria maneira. É um grito de socorro, por todas as milhões de Alices que existem e por todos os perigos que nos cercam.

PS: O livro não descreve cenas de estupro, apenas dá a entender que ele está acontecendo.
PS2: Se você for extremamente sensível ou ficar remoendo a mesma história durante dias, por favor, pense no mínimo três vezes antes de começar a ler.

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